Apresentamos a associada da Câmara de Comércio Eslovênia-Brasil /Slobraz, Wanda Krajnc Alves. Cônsul honorária da Eslovênia no Rio de Janeiro e gerente regional da Slobraz no mesmo estado, Wanda é formada em Economia, com MBA em Finanças, tendo realizado inúmeros cursos de especialização no Brasil e no exterior. Trabalhou mais de 30 anos no Grupo Vale S.A. e foi sócia da Latitude Gestão e Finanças.
Destaques de Wanda Krajnc Alves:
- Formada em Economia pela PUC-RJ e com MBA em Finanças pelo Ibmec, participou de vários cursos de especialização, como o da New York School of Finance e de programas de liderança no Brasil e nos Estados Unidos, entre os quais o do renomado MIT Sloan School of Management e o conceituado curso para executivos da Darden School of Business da Universidade de Virgínia, além de um no IMD, na Suíça.
- Na Vale, ocupou diversos cargos gerenciais, tendo participado de inúmeras missões e transações da empresa no Brasil e em diversos países, assumindo a posição de CFO durante três anos no megaprojeto de carvão e logística da Vale em Moçambique. Wanda também exerceu posições em comitês e conselhos de inúmeras empresas do Grupo Vale no Brasil e no exterior.
- De origem eslovena, Wanda segue as tradições da família e reconhece a força das mulheres desse país, tendo como maior exemplo sua mãe, Julijana Krajnc.
A força da mulher eslovena passada por gerações
A cônsul honorária da Eslovênia no Rio de Janeiro, Wanda Krajnc Alves, cresceu ouvindo a mãe, Julijana Krajnc, contar-lhe histórias que mostravam o espírito corajoso, forte e guerreiro das mulheres eslovenas. E para Wanda a maior prova da autenticidade dessas histórias sempre foi a própria mãe.
Os pais de Julijana se separaram após a Segunda Guerra Mundial, e ela, ainda adolescente, foi morar com o pai, enquanto a mãe foi viver nos Estados Unidos. Porém, poucos anos depois, após o pai casar-se novamente, Julijana deixou a Eslovênia e, com a ajuda da mãe, migrou para a América. Com 21 anos, ela decidiu que se viraria sozinha. Conseguiu uma bolsa para estudar belas artes, nomeadamente escultura, no Instituto de Belas Artes de Chicago e começou a trabalhar meio período em um hospital, para manter-se como estudante universitária naquele país. Lá conheceu um jovem médico brasileiro, que conseguira uma bolsa para fazer residência nos Estados Unidos. Namoraram, casaram-se e, em 1956, vieram morar no Brasil, no Espírito Santo, onde a maior parte da família do marido, de origem mineira, havia se estabelecido à época.
Julijana Krajnc, atualmente com 88 anos, ainda mora no Espírito Santo. Entretanto, por ter uma visão sem fronteiras, ela queria que seus filhos tivessem melhores oportunidades profissionais, o que era muito limitado localmente naquele tempo. Wanda foi a primeira a sair de casa, aos 17 anos, para cursar a universidade no Rio de Janeiro, seguida pelos seus dois irmãos. E da mesma forma que sua mãe, Wanda buscou criar os filhos para o mundo. Sobre o aprendizado passado pela mãe, Wanda diz: “Era uma mulher admirável, que tomou as rédeas da vida; deixou a Eslovênia e seguiu atrás de seu sonho em se tornar uma escultora, estudo que já havia iniciado na Eslovênia, antes de sua imigração para os Estados Unidos. Ensinou aos filhos que era preciso trabalhar e correr atrás de seus sonhos”.
Com a mãe, além dos ensinamentos, Wanda teve o contato com a cultura eslovena, as músicas, a arte e a culinária. Somente o idioma, a mãe optou por ensinar o inglês aos filhos, por causa das possibilidades futuras. Wanda, entretanto, após sua volta de Moçambique, em 2014, descobriu uma professora de esloveno no Rio de Janeiro e, com um dos filhos, começou a ter aulas. Não demorou muito para que se inserisse na comunidade, comparecendo às festas e aos eventos culturais com outros eslovenos, com grande incentivo e participação da embaixada e da União dos Eslovenos do Brasil.
Alguns anos mais tarde, como participante assídua das atividades da comunidade, Wanda foi convidada pelo então embaixador da Eslovênia em Brasília, Alain Brian Bergant, a aplicar-se para a posição de cônsul no Rio de Janeiro. Dessa forma, Wanda começou a se inteirar sobre outras questões fora de sua área de atuação, participando de seminários internacionais, inclusive na Eslovênia, buscando conhecer mais sobre o cenário político e econômico europeu. Passou por várias entrevistas com embaixadores na Eslovênia e após os trâmites burocráticos no Brasil, em dezembro de 2019, tornou-se oficialmente cônsul honorária da Eslovênia no Rio de Janeiro.
Os caminhos na Slobraz
Como gerente regional da Slobraz no Rio de Janeiro, Wanda quer contribuir para a efetivação de negócios na câmara de comércio com sua expertise em transações em finanças corporativas no Brasil e no exterior, principalmente transações de fusão, aquisição e associação de empresas; estruturação de capital; captação de recursos na forma de equity, empréstimos ou financiamentos; estruturação econômico-financeira de projetos; assessoria em estruturação e estratégias de negócios.
No entanto, Wanda reconhece a sua complexidade: “O cenário atual tanto brasileiro como internacional para se fazer negócios está mais desafiador por conta da crise econômica que se estabeleceu durante o período da pandemia e, agora, em consequência da guerra na Ucrânia, gerando rupturas no fornecimento de matérias-primas; desencadeando altos custos logísticos; alta volatilidade nas moedas, especificamente a alta desvalorização do real; encarecendo a importação; promovendo inflação e alta dos juros, sem considerar os já conhecidos custos de se fazer negócios no Brasil. Apesar de tudo isso, várias empresas eslovenas, largamente concentradas no mercado europeu, têm manifestado interesse em vir para o Brasil, pois gostariam de buscar um novo patamar de crescimento, investindo na abertura de novos mercados e diversificando seus riscos. Para isso elas precisam de apoio e orientação, pois muitas dessas empresas são familiares, sofisticadas, mas em sua maioria de pequeno e médio porte, não dispondo de uma estrutura específica para seguirem sozinhas na viabilização desses projetos. Algumas delas, aliás, possuem conhecimento limitado do mercado brasileiro e de sua magnitude, notadamente no quesito ‘demanda versus escala de produção’. A Slobraz, por sua vez, também necessita conhecer com mais profundidade essas empresas eslovenas, de forma a apresentá-las a potenciais parceiros locais como uma ótima oportunidade de negócios”.
Para Wanda, a Slobraz tem construído esse caminho: “Estamos desenvolvendo muito bem o nicho interno de empresas ligadas à Eslovênia, agora só precisamos desenvolver ainda mais para atrairmos negócios com empresas eslovenas e estabelecermos uma ponte para levarmos os negócios brasileiros para lá. Estamos nos estruturando e temos um caminho a percorrer”.
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