Um enigma esloveno a ser desvendado

Enigma. É assim que se refere o jornalista José de Souza Castro ao protagonista de seu livro O enigma Salej – Um estranho no ninho do peleguismo empresarial brasileiro.  O autor, logo na introdução, anuncia que “mais do que tentar desvendar o grande enigma chamado Štefan Bogdan Barenboim Šalej, este livro procura expor um pouco de suas crenças, sobretudo aquelas que tanto incomodam os contumazes ‘pelegos de luxo’ que se aboletam em entidades empresariais.” Para aqueles que não conhecem a história do presidente emérito da Câmara de Comércio Eslovênia – Brasil (Slobraz), aqui está uma grande oportunidade para saber porque Šalej é tão admirado; para aqueles que já conhecem, podem constatar que há muito ainda para descobrir. 

Há 60 anos teve início a saga de Štefan Bogdan Barenboim Šalej, filho de Štefan Šalej –  que fugira da antiga Iugoslávia em 1949, deixando a esposa Marta e os filhos: Ana Nuška e o então pequeno Štefan Šalej até que encontrasse meios de reunir a família novamente. Isso só foi possível no dia 10 de junho de 1960, em Belo Horizonte. Foi na capital mineira onde Šalej conseguiu seu primeiro emprego aos 16 anos, como ajudante na cantina da siderúrgica Mannesmann, de propriedade do compatriota esloveno Norbert Fonda. 

Daí em diante, Šalej nunca mais parou, fundou várias empresas; concluiu seus estudos de graduação e pós-graduação; foi presidente de várias entidades empresariais, entre as quais, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Tornou-se o primeiro representante diplomático da Eslovênia Independente no Brasil e posteriormente, enviado especial do Governo da Eslovênia para América Latina; foi professor em cursos de graduação e pós-graduação no Brasil e na Europa, mas acima de tudo, foi “um defensor da responsabilidade social das empresas antes que a ideia passasse a ser bandeira da ONU”, como afirma Castro no livro. 

Nas palavras do próprio biografado, “ele foi de tudo um pouco, mas sempre esloveno”. Seus sucessos e insucessos, sua visão empreendedora, e principalmente sua luta motivaram o jornalista José de Souza Castro, ex-editor do Jornal do Brasil, em tornar essa trajetória de conhecimento de todos.

Ao longo desses anos, a família Šalej cresceu, atualmente são nove integrantes diretos morando em São Paulo, Minas Gerais, Antuérpia (Bélgica) e Santa Mônica (EUA), descendentes da irmã Ana, falecida em 2015, e de Šalej. Todos concluíram curso universitário, alguns estão fazendo pós-graduação, e a primeira nascida no Brasil, filha de Ana, fez doutorado em ciências políticas. 

Šalej, conhecido na Eslovênia como Bogdan Šalej e no Brasil como Stefan Salej, continua a escrever sua história, sempre inspiradora, sempre surpreendente, mas sem nunca deixar de ser um enigma.

Para aqueles que quiserem ler o livro O enigma Salej – Um estranho no ninho do peleguismo empresarial brasileiro, de José de Souza Castro, 390 páginas, a Slobraz disponibiliza-o pelo link.

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