União nos negócios deve perpetuar tradição eslovena na área de alimentos

O primeiro encontro online de empreendedores eslovenos da área de alimentos organizado pela Slovenian Global Business Network (SGBN) reuniu produtores agrícolas, donos de restaurantes e buffets, distribuidores de vinhos, fabricantes especializados em salgados, embutidos, cervejas, além de consultores com expertise no setor. Todos pertencentes às várias gerações de eslovenos no Brasil. 

Para o organizador do evento e idealizador da SGBN – Štefan Bogdan Barenboim Šalej – é importante que haja a sinergia nos negócios para que a tradição eslovena se mantenha no futuro. O encontro é uma oportunidade para todos se conhecerem, estabelecerem um canal para os negócios, e compartilharem experiências. Em termos práticos, segundo Šalej, se dez pessoas encontrarem novos clientes, já será válido. 

Esse intuito, aliás, foi o que motivou Šalej e seus sócios Dr. Peter Kraljič – diretor emérito da McKinsey & Company – e o embaixador Aljaž Gosnar a criar a SGBN, ou seja, para conectar empreendedores esloveno-brasileiros a se ajudarem mutuamente. Nesse primeiro contato, já foi possível perceber a confluência existente entre os vários participantes do setor de alimentos, que podem resultar em futuros negócios.

O evento contou com a participação de Matjaž Cokan e Tatjana Mocenik da Câmara de Comércio Eslovênia-Brasil (Slobraz), de Miguel Jerônimo da Embaixada da República da Eslovênia no Brasil, de Wanda Krajnc Alves do Consulado da Eslovênia no Rio de Janeiro e de Boris Krajnc Alves, da União dos Eslovenos do Brasil, instituições que têm apoiado a fomentação de negócios entre a comunidade eslovena brasileira. Abaixo segue a relação de todos os empreendedores participantes com uma breve apresentação de suas atividades: 

Gard Cervejaria – Localizada no Horto Florestal de Campos do Jordão junto ao portão de entrada do parque. Há cinco anos, a cervejaria de Gabriela Slavec e do marido, que é o mestre cervejeiro, produz cerca de 2 mil litros por mês e atende os visitantes, que consomem no local ou compram latas de 700 ml envasadas na hora para levar. A fazenda, que abriga a fábrica e a área onde servem aperitivos para serem degustados com a bebida, pertencia ao bisavô do marido, de origem dinamarquesa. No entanto, para ampliar o público que atualmente está restrito à venda direta no local, Gabriela e o marido estão em busca de uma área maior. Outro projeto é incluir comidas eslovenas, já que a ascendência de Gabriela é da Eslovênia. A Gard recebeu boas críticas no Tripadvisor e no Google e oferece, além das cervejas clássicas, outras diferenciadas feitas com frutas. No feriado, haverá o lançamento de uma nova cerveja para um projeto especial do parque em homenagem ao papagaio do peito roxo, feita com a fruta grumichama, oriunda da Mata Atlântica. Conheça mais sobre a Gard no instagram @gardcervejaria

Trivinus – Mateja Perovšek Cluchini reuniu sua experiência na área gastronômica, especialmente na comercialização de vinhos, para criar há um ano e meio a startup Trivinus. A plataforma segue o modelo de negócio B2B2C, intermediando para o cliente final a procura do melhor preço dos vinhos no mercado brasileiro. A plataforma, em fase de captação de investimentos, reunirá mais de 15 mil rótulos, sendo o maior catálogo de vinhos existente no mercado. De um lado estarão os clientes: pessoas físicas, restaurantes, pequenos comércios, e de outro os parceiros: hipermercados, supermercados, vinícolas, distribuidoras e importadoras. Mateja, que em 2012 foi uma das precursoras por trazer o vinho laranja para o Brasil, que atualmente está em destaque, pretende desenvolver uma nova cultura de consumo de vinhos. A plataforma permitirá que o consumidor escolha o tipo de vinho, a safra com o menor valor disponível e entregas em menos de 24 horas. Do outro lado, o parceiro contará com exposição da sua marca e o Marketing da Trivinus. É uma relação em que todos ganham. Saiba mais em: https://trivinus.com/ 

Céu da Boca – A empresa de salgados localizada em Minas Gerais há mais de três anos foi comprada por Štefan Šalej Junior, mas está no mercado desde 2004. O grande diferencial da empresa é a produção manual com receitas tradicionais e sabor caseiro, cujo principal público são lanchonetes, bares, escolas e restaurantes. Desde que assumiu, Štefan ampliou a presença digital e pretende aumentar a linha, inclusive com salgados eslovenos. Conheça a Céu da Boca Salgados no instagram @ceudabocasalgados 

Eslava Charcutaria Artesanal – Valdeir Vidrik, professor de gastronomia, autor de A arte de fazer embutidos e defumados – que colocou a cozinha eslovena nas livrarias brasileiras – e representante do conselho de eslovenos no exterior, agora que se aposentou das aulas nas universidades retomou a tradição eslovena dos avós de produzir embutidos. Seguindo o mesmo rigor esloveno, Vidrik produz a famosa kranjska, que por ser um produto protegido da União Europeia, é chamada aqui de linguiça eslovena. Em seu livro, Vidrik ensina a fazer embutidos, fala sobre os envoltórios e temperos contando sempre um caso ou uma história da Eslovênia. Por essa divulgação da cultura eslovena, Vidrik foi reconhecido com dois diplomas pela Embaixada. Saiba mais https://www.facebook.com/charcutariaeslava

Fradhe Orgânicos – A família Fonda tem tradição na área de alimentação. O avô de Monica Pletchete, Norbert Fonda era dono de uma cantina dentro da propriedade da siderúrgica Mannesmann na capital mineira, nos anos 60. Engenheiros agrônomos de formação, Monica e seu marido decidiram viver no campo e dedicar-se ao plantio de hortaliças. Desde 2001, possuem a certificação de sistema orgânico de produção, e vendem no varejo e em feiras na região de Belo Horizonte. A Fradhe atende somente ao mercado mineiro, principalmente por sua produção ser perecível. No entanto, o plantio recente de açafrão e a possibilidade de sua comercialização em pó, pode viabilizar a distribuição para outros estados. Conheça mais no instagram @fradheorganicos

Espaço Safhari – Um pequeno paraíso rústico, com vegetação e lagos ornamentais dentro de São Paulo. Esse é o principal atrativo do buffet para festas infantis, mini weddings e eventos até 100 pessoas. Com a pandemia e a determinação do Governo de que estabelecimentos para festas fechassem, porém, Renate Zimmermann e seus filhos, que há mais de 10 anos comandam o negócio familiar, tiveram que buscar alternativas. Passaram a fazer feijoada para retirada no local, e aos poucos vêm aumentado o cardápio com comida alemã, salgadinhos e o famoso strudel. No próximo mês, Renate incluirá o goulash e biscoitos de Natal eslovenos e austríacos. O espaço tem funcionado nos finais de semana para almoço e tem promovido bazares para ajudar os pequenos comerciantes do bairro do Campo Belo. Renate diz que é uma luta, mas que já passou por inúmeras crises no Brasil e esta também vai passar. Conheça mais no instagram @espaco_safhari

Macstar Representações – Daniel Starmann, após anos no mundo corporativo trabalhando para grandes multinacionais da área alimentícia, decidiu colocar seus 27 anos de experiência em vendas, varejo, autosserviço, atacado e distribuidores a serviço de empresas da área de alimentos da região sudeste que queiram ingressar no mercado. A Macstar atualmente representa as marcas: Ecobras, Gran Mestri e Puklavec Family Wines. A pandemia retardou um pouco seus planos para a Puklavec, que já estava cadastrada para entrar nas grandes redes, mas com o fechamento destas, foi necessário buscar novos canais, como sites e distribuidores de vinhos, que têm crescido significativamente. Para ter mais informações, entre em contato: 55 21 99631-0374, [email protected]

Movia Wines – Matjaž Cokan, presidente da Slobraz e diretor da Hisense Gorenje, entrou no ramo da gastronomia por acaso. Quando visitou uma vinícola na Eslovênia, trouxe para o Brasil duas caixas de vinhos que eram para “matar as saudades de casa”, como ele diz. No entanto, em um jantar com amigos em um restaurante paulistano, Cokan decidiu levar uma de suas garrafas, apesar de o restaurante ter vinhos eslovenos em sua carta. O vinho foi um sucesso e o sommelier do restaurante pediu que ele lhe vendesse algumas garrafas. Desde então, Cokan tem importado vinhos para consumo próprio, para amigos e para alguns restaurantes. O que dificulta um pouco é o preço alto, por conta da taxa tributária nacional e do valor do euro. Matjaž terminou a apresentação ressaltando o forte apelo da gastronomia na cultura eslovena, mostrando uma série de selos postais com imagens de bebidas e comidas. Conheça mais no instagram @moviawines

 

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